Resenha: O Homem de São Petersburgo

o_homem_de_sao_petersburgoPublicado em 1982 pela Editora Record (no Brasil), O Homem de São Petersburgo, de Ken Follett retrata a Inglaterra do início do século XX e suas relações internacionais, especialmente com a Rússia, com que deve assinar um tratado de cooperação, para o caso da Alemanha (que está no auge do seu fortalecimento bélico e econômico) decida invadir a França – fato que contribuiu para o início da Primeira Guerra Mundial.

A história está centrada no Conde inglês Stephen Walden, um aristocrata com ligações na corte que o tornam uma espécie de embaixador informal. Walden é casado com Lydia, uma russa tia do Príncipe Aleksey Andreyevich Orlof, almirante da Marinha Russa, parente do Czar. Walden e Orlof são os representantes da Inglaterra e da Rússia para negociarem e assinarem o acordo de cooperação.

Porém, anarquistas russos – em fase de conspiração para iniciarem a Revolução Russa – são contra o acordo, e Feliks Kschessinsky um revolucionário que havia passado quase 20 anos em fuga do exílio na Sibéria, toma para si a tarefa de assassinar Orlof e impedir que o acordo seja estabelecido.

A partir desse ponto o livro torna-se eletrizante, com diversas cenas de perseguições, tiros e corre-corre do tipo polícia e ladrão. Além disso, outro aspecto que faz com que a história pegue fogo é que com a chegada de Feliks à Londres, diversos aspectos do passado dos personagens vêm à tona, escancarando para o leitor uma intrincada teia de disputa, remorso, paixão e ódio.

Além de um excelente texto, fluído, rápido e inteligente, Ken Follett prende o leitor com lições sobre política externa, relações entre países e traz à luz questões pouco lembradas quando o assunto é a Primeira Guerra Mundial (ou qualquer outro conflito, em minha opinião), como por exemplo, que, em uma situação de guerra, o destino de milhares de pessoas está nas mãos (e na lábia) de duas, ou três pessoas. Recomendo!!!

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